segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

RECUPERAÇÃO DO AVC - FORÇA!!!!!

ESTE NÚMERO SALVA VIDAS - 192

Jill Bolte Taylor: derrame e a felicidade

Jill Bolte Taylor é uma neuroanatomista, estudando o funcionamento do cérebro que teve a oportunidade de estudar um derrame em primeira pessoa.Em um relato comovente, ela conta sobre o funcionamento dos hemisférios do cérebro e a experiência da manhã em que um vaso rompeu dentro do seu cérebro e alterou sua vida e visão do mundo.
"E eu senti essa sensação de paz, imagine como seria perder 37 anos de bagagem emocional. Eu sentia euforia, era lindo. E novamente meu hemisfério esquerdo voltou e avisou “você precisa prestar atenção, nós precisamos conseguir ajuda”. E eu pensei “eu preciso de ajuda. Eu preciso de foco”. Eu saí do banho e me vesti mecanicamente e eu pensei “eu preciso ir para o trabalho. Eu consigo dirigir?” E nesse momento meu braço direito ficou completamente paralizado do meu lado. E eu percebi: oh, meu Deus, eu estou tendo um derrame. E a próxima coisa que meu cérebro me disse foi: uau! Isso é tão legal! Quantos cientistas do cérebro tem a oportunidade de estudar o próprio cérebro de dentro para fora? E então passou pela minha mente: “Mas eu sou uma mulher ocupada! Eu não tenho tempo para um derrame!” 

FACEBOOK

Agora estamos também no facebook, como "Vítimas do AVC - Camila Volpe"

http://www.facebook.com/#!/profile.php?id=100003197779033

Acessem e participem, é muito importante para nós. Vamos trocar informações e experiências.

Aguardo vocês pelo facebook também!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PROGRAMA DE RÁDIO CINAPCE

Pessoal, recebi este material de Juliano Sanches, ele faz um trabalho muito legal, que é transmitido nos canais

www.cinapce.org.br, www.aspebrasil.org e também www.rtv.unicamp.br
Já o programa abaixo, explica o AVC a partir de um conjunto de metáforas sobre o cuidado com o canteiro de plantas, a irrigação, que ajuda a perceber a dinâmica através do lúdico e da imaginação. O cérebro ganha uma conotação de jardim em construção.
Sem contar, que nesta transmissão, Dr. Wagner Avelar, dá um verdadeiro show em sua explicação.
http://neurociencias1.podbean.com/

Vale muito a pena conferir e também divulgar estas informações que podem salvar vidas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

VAI PASSAR!

Vai passar
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”. E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na lagartixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca…

Esta doída saudade vai passar! O lugar dela será tomado somente por sentimentos serenos!

Trecho do poema de Caio Fernando Abreu, enviado pela minha querida professora de Processo Civil, Juliana Cavalcante

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

REALMENTE É MINHA MISSÃO.

Hoje, dia 18/11/2011, depois de alguns meses sem alimentar meu blog, sem me informar diariamente sobre novidades e descobertas no quesito AVC, recebo um e-mail de Juliano Sanches, mestrando pela Unicamp, na área de comunicação em neurociências, e aluno de nosso respeitoso e sempre adimrável Dr. Li Li Min.

Neste e-mail, Juliano Sanches expressou um pedido do próprio Dr. Li, ou seja, uma entrevista comigo, para divulgar nos meios de comunicação, estimulando assim a atenção da população para esta catástrofe chamada AVC e também estimular meu trabalho em ajudar vítimas do AVC.

Aliás, trabalho este que seria a realização de um sonho meu, de ajudar vítimas e todos os atingidos pelo AVC. Não posso negar que até o recebimento deste e-mail, este sonho estava anestesiado e adormecido em profunda tristeza e sofrimento. AVC não é um simples acidente cerebral, ele acarreta consequências que se não saudosas como a morte, são consequências irreparáveis.

Por mais tratamentos de última geração que possam existir a esta vítima, para recuperação da fala, dos movimentos, enfim, da reabilitação, esta pessoa nunca mais será a mesma. Por trás de um corpo debilitado, sem expressão oral ou movimentos ágeis, existem pessoas dependentes e em alguns casos, conscientes desta dependencia. E a partir deste momento de dependencia, surgem consequências terríveis para o próprio paciente, a  partir deste momento sua vida muda completamente.

Imaginem uma pessoa ativa, dentro da "roda viva" da vida, e de repente é acometida por esta catástrofe. Foi o que aconteceu com minha mãe. Uma mulher extremamente independente, inteligente, adorava ler, estava diariamente informada com os acontecimentos do mundo, tinha total liberdade de ir e vir. Em questão de horas, estava em cima de uma cama, com a cabeça raspada, entubada e totalmente dependente de outras pessoas. Dependencia esta não somente física, mas também psicológica.

Alguns dias depois que foi desentubada e retirado os medicamentos de sedação, me lembro de sua única fala direcionada a mim, ela com toda sua dificuldade de expressão e eu com minha dificuldade de entendimento, consegui entende-la dizendo "estou danada", isto ocorreu durante um dos momentos de lucidez que ela teve. Isso me calou tão fundo, que até hoje me conforta nos tempos de saudade imensa. Uma mulher como ela jamais sobreviveria muito tempo dependente desta forma.

Relatei este fato, como um pequeno exemplo de como pessoas acometidas pelo AVC se sentem. Para elas é tenebroso aceitar este novo fato na vida, e é neste exato momento que precisamos ajudar ainda mais estes pacientes. Mas com minha experiência, posso afirmar, é tenebroso para eles, vítimas, mas nós, pessoas que amamos e acompanhamos estas vítimas, também é terrível.

Ahhh a espera! a espera por notícias, a espera por exames, a espera por resultados positivos em novos medicamentos, a espera por uma boa evolução do quadro clínico. Quantas esperas! e quanto sofrimento causado por estas esperas! Por isso mesmo, precisamos também de ajuda para enfrentarmos tudo isso de forma firme, porém, consciente da situação.

Durante este processo escutei no hospital, "não confunda esperança com ilusão", e é exatamente assim, não podemos jamais perder a esperança, mas precisamos estar 100% cientes da real situação de nosso querido atingido pelo AVC.

Temos sim que investir tudo o que estiver ao nosso alcance na recuperação física desse paciente, fisioterapia, fonoaudiologia, neurologista, terapia ocupacional e tantos outros tratamentos existentes, mas não podemos de maneira nenhuma esquecer de cuidar da saúde mental deste. Visando o bem estar por completo, evitando por exemplo a depressão pós AVC.

Bom, espero que tenha ajudado um pouco mais todos vocês que acompanham meu blog. Este artigo foi também um desabafo de tristeza, causada pela grande falta que minha mãe faz.

Mas, depois do e-mail que recebi hoje, e todas as outras "providências" que a vida vem me mostrando, tive plena certeza, que uma das minhas missões aqui, é sim, ajudar vítimas do AVC. Não passei por esta experiência a toa, para acabar com a morte da minha mãe.

ANEMIA FALCIFORME E DOENÇA CEREBRAL VASCULAR

De todas as anemias, a anemia falciforme é a mais comumente associada a doença cérebro-vascular, e a principal causa de acidente vascular cerebral (AVC) na infância. Estes ocorrem em cerca de 15% das crianças com a doença, a grande maioria antes dos 15 anos. Infartos cerebrais correspondem a 75% e hemorragias a 20% dos casos. As alterações são comumente bilaterais e assimétricas.

As manifestações neurológicas da anemia falciforme são classificadas em 
a) decréscimo progressivo das funções cognitivas (ou AVC silencioso); 
b) déficit neurológico focal de início súbito (AVC) e 
c) cefaléia e meningismo por hemorragia subaracnóidea (raro). 


Estudos na região de Washington e Baltimore (EUA) mostraram que crianças com anemia falciforme, quando comparadas com crianças sadias da mesma faixa etária, têm aumento de 221 vezes no risco de sofrer um AVC, e de 410 vezes de sofrer um infarto cerebral.  Cerca de 11% dos pacientes terão tido um AVC clinicamente aparente na idade de 20 anos, e 24% aos 45 anos. O risco do primeiro AVC é máximo durante a primeira década de vida. As hemorragias são mais comuns na 3a. década. 

Hemorragias intracranianas não são raras em adultos com anemia falciforme, e provavelmente se devem à ruptura de pequenos vasos fragilizados. Aneurismas são comuns, freqüentemente múltiplos e mais numerosos no sistema vértebro-basilar.

AVC FAZ MAIS DE 100 VÍTIMAS POR DIA EM SÃO PAULO

Pacientes com idades entre 30 e 49 anos responderam por 14% das internações em 2010, aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde
Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde aponta que, em média, 106 pessoas são internadas por dia em hospitais públicos do Estado de São Paulo com AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou AVE (Acidente Vascular Encefálico). Em 2010 houve 38,9 mil internações por AVC no SUS (Sistema Único de Saúde) paulista, número acima das 36,1 mil registradas no ano anterior.

Pacientes com mais de 70 anos são os mais acometidos pela doença em todo o Estado, com 15,9 mil internações em 2010. A segunda faixa etária com mais hospitalizações é a de 50 a 59 anos, com 7,3 mil registros. Já as pessoas entre 30 e 49 anos responderam por 5,5 mil internações em 2010.

Segundo Reinaldo Teixeira Ribeiro, neurologista do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) "Dr. Luiz Roberto Barradas Barata", em Heliópolis, zona sul da capital paulista, as principais causas para a ocorrência de derrames são hipertensão arterial sistêmica (conhecida popularmente como pressão alta), diabetes mellitus (níveis altos de açúcar no sangue), dislipidemias (coleterol e triglicerídeos altos), tabagismo, obesidade, sedentarismo e estresse.

Além disso, o especialista ressalta que os principais fatores de risco, que costumavam aparecer apenas em pessoas acima de 40 anos, estão se manifestando cada vez mais cedo. "O estilo de vida urbano atual favorece com que as pessoas sejam estressadas, sedentárias, consumam alimentos ricos em gorduras, fiquem acima do peso e desenvolvam pressão alta e diabetes antes do que acontecia antigamente", afirma Ribeiro.

Para o neurologista, um estilo de vida mais saudável com a redução do estresse, prática regular de atividades físicas e alimentação balanceada podem evitar com que fatores de risco como a pressão alta e o diabetes apareçam.

O médico afirma ser importante também que a população saiba reconhecer os sinais da doença para que haja socorro imediato, fator que favorece o tratamento. "Deve-se suspeitar que a pessoa esteja sofrendo um acidente vascular cerebral ou encefálico quando, de repente, ela fique com a boca torta para um lado; com um braço e/ou um perna dormentes, pesados, difíceis de levantar, e dificuldade para falar", diz Ribeiro.

SALIVA DE MORCEGO PODERÁ TRATAR VÍTIMAS DE AVC

Investigadores britânicos estão realizando testes com saliva de morcegos-vampiro para tratar vítimas de Acidente Vascular Cerebral.
Especialistas do Hospital da Universidade de North Staffordshire, na Grã-Bretanha, estão entre os pioneiros no tratamento de AVC e estão desenvolvendo um novo medicamento que utiliza uma proteína presente na saliva dos morcegos-vampiro para dissolver coágulos no cérebro.
Os cientistas estudam a saliva do morcego-vampiro devido à capacidade que ela tem de tornar o sangue das vítimas, fino o suficiente para que eles possam absorvê-lo.
O novo medicamento derivado da saliva de morcego-vampiro, chamado desmoteplase, pode ser administrado nos doentes até nove horas após o AVC ter sido registado, segundo a BBC.
Atualmente, vítimas de AVC precisam de receber medicamentos capazes de dissolver os coágulos até quatro horas, no máximo, após ter ocorrido o derrame para ter o efeito desejado.
O medicamento já foi testado em duas pessoas e está a sendo considerado, pelos investigadores, como o maior avanço no tratamento de acidentes vasculares cerebrais nos últimos 20 anos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

AVC: uma doença que ninguém conhece

Pesquisa de percepção pública do AVC, doença que mais mata no país, mostra que o brasileiro não consegue reconhecer e reagir aos sintomas de alguém com a doença.
O brasileiro entende de saúde? Consegue reconhecer os sintomas de doenças com alto grau de mortalidade? Sabe o número que deve ser discado em caso de emergência médica? Uma pesquisa de percepção pública sobre o acidente vascular cerebral (AVC), a doença que mais mata no país, mostrou que a resposta para essas perguntas é não.
Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto chegaram a essa conclusão depois de entrevistar 801 pessoas de quatro grandes cidades brasileiras: São Paulo, Salvador, Fortaleza e Ribeirão Preto. Aos entrevistados era descrito a cena de um idoso com sintomas claros de AVC. Em seguida, fazia-se uma série de perguntas sobre fatores de risco preponderantes, reconhecimento dos sintomas e reação do entrevistado diante daquela suposta situação de emergência.
Para 22% dos pesquisados, sintomas como dificuldade súbita para falar, andar ou enxergar e fraqueza ou dormência em um lado do corpo não eram considerados sinais de AVC, mas sim de infarto do miocárdio, epilepsia ou câncer. Dentre os que identificaram corretamente a situação, 28 denominações diferentes foram dadas à doença. As mais comuns foram derrame, trombose, infarto cerebral e passamento.

O pior, entretanto, não diz respeito à nomenclatura ou reconhecimento dos sintomas de uma artéria cerebral entupida, mas às medidas tomadas pelos entrevistados após este reconhecimento. É que o AVC pede extrema velocidade na chegada do paciente à emergência de um hospital capacitado para atendê-lo. O paciente que chega depois de passadas três horas do surgimento dos sintomas iniciais aumenta muito o risco de morte ou seqüelas permanentes.
Ao perceber que alguém teve um AVC, mais da metade dos entrevistados (51%) tomaria a atitude correta que é ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Tudo bem até aí, se não houvesse um porém. É que, ao se questionar qual o número de atendimento do Samu, 65% não souberam responder ou citaram números diferentes de 192 ou 193 (varia conforme o Estado). Houve inclusive quem citasse 911 (2% da amostra), número utilizado para emergências nos EUA e outros países.

Zona de penumbra e novos tratamentos
Até 10 anos atrás era comum ver um paciente com AVC largado em algum canto do hospital. Os médicos diziam que não se tinha o que fazer, pois não havia tratamento para essas pessoas. No máximo se prescrevia algumas sessões de fisioterapia para tentar melhorar as limitações físicas impostas pelas seqüelas.
Hoje o cenário mudou drasticamente. De 2000 para cá, muitos pacientes brasileiros com AVC já podem contar com o trombolítico Alteplase (TPA), uma substância aplicada na artéria ou veia do paciente que restabelece o fluxo sangüíneo para a região cerebral afetada.
“Nos casos em que ocorre a desobstrução da artéria com trombolítico, em menos de três horas, parte da região afetada pode voltar a funcionar e os sintomas tendem a regredir ou desaparecer. Essa região recuperada é freqüentemente denominada zona de penumbra”, diz Octávio Pontes Neto, coordenador da pesquisa da USP.
Estudos mostram que o TPA diminui em 30% o número de pacientes incapazes ou com seqüelas. Infelizmente, o uso medicamento possui um risco de hemorragia intracraniana que varia entre 3 e 6%. Isso faz com que apenas 5% dos atuais pacientes se encaixem nos rigorosos critérios de seleção.
“O principal problema de não conseguirmos aumentar o número de pacientes trombolisados no Brasil é a lógica de atendimento do SUS e falta de equipes de AVC nas emergências dos hospitais”, disse Viviane Flumignano, coordenadora do Serviço de Doenças Cerebrovasculares do HC da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo ela, um paciente com AVC não pode passar por um posto de saúde primeiro, como é a prática no sistema de saúde público, para depois ser levado a um hospital referência. “Perde-se muito tempo nisso e quando o paciente chega não há mais nada que possamos fazer”, lamenta.
O segredo consiste em uma ação conjunta, dizem os neurologistas da USP de Ribeirão. Quem percebe uma pessoa com AVC deve comunicar imediatamente o Samu. Os paramédicos precisam estar treinados para levar o paciente no menor tempo possível a um hospital com um neurologista de plantão 24h. Só assim teremos condições de aumentar o número de pacientes trombolisados e, quem sabe, diminuir a quantidade de mortos por essa doença.

Wii-terapia e ondas magnéticas no tratamento de pacientes com AVC

O acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame, é a doença que mais causa mortes e incapacidade física no Brasil. O derrame cerebral pode ser de dois tipos: o isquêmico, que é a falta de circulação numa área do cérebro devido à obstrução de uma ou mais artérias por placas de gordura, e que acomete pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão, problemas vasculares e fumantes; e o hemorrágico, um sangramento cerebral provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em função de hipertensão arterial, problemas na coagulação e traumatismos.

Os sinais de AVC são: fraqueza ou amortecimento súbito de um lado do corpo; dificuldade súbita para falar, enxergar, compreender, andar ou equilibrar-se; tontura ou dor de cabeça súbita, sem causa aparente.

O neurologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Li Li Min ensina três manobras que permitem identificar até 75% dos casos de AVC: pedir que o paciente estique os braços, pois se estiver acometido não conseguirá sustentar um dos membros; pedir que dê um sorriso, sendo que um desvio da rima labial denotará fraqueza da musculatura facial; e pedir que repita uma frase, a fim de verificar a articulação da fala. Entretanto, ressalta o especialista, há micro acidentes vasculares cerebrais que podem acometer uma pessoa ao longo da vida levando-a a um estado conhecido por demência.

Este é um dos temas que será abordado nos dias 3 e 4 de junho nos anfiteatros do conjunto de salas de aula da FCM durante o V Encontro AVC Campinas. Outros temas programados são orientações básicas sobre prevenção e reabilitação de pacientes. Este tema é aberto para o público leigo. Dentro da programação do sábado, a fisioterapeuta Eveline Polezel, do Centro de Reabilitação de Souzas, Campinas, irá demonstrar os benefícios da Wii-terapia em pacientes com AVC. A professora Adriana Conforto, da USP de São Paulo, também falará sobre sua pesquisa “Estimulação transcraniana”. Ela utiliza ondas magnéticas para despolarizar o cérebro e ativa os neurônios.

“Ambientes virtuais parecem beneficiar na recuperação motora de pacientes com AVC. A Wii-terapia é uma linha de pesquisa que estamos desenvolvendo num projeto chamado Destine. Diferente do clássico AVC em que uma pessoa fica subitamente paralisada ou esquecida, uma grande parcela da população está com perda de memória. Quando você faz uma investigação das causas, você percebe que ela teve pequenos AVCs que se somam ao longo do tempo. Tem muita coisa que podemos fazer pelo paciente com AVC”, explicou Li Min, coordenador do V Simpósio AVC Campinas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

V SIMPÓSIO DE AVC - CAMPINAS / UNICAMP

PROGRAMA: V SIMPÓSIO DE AVC
CAMPINAS / UNICAMP


Dias 03 e 04 de junho de 2011
Anfiteatro 1 - FCM/UNICAMP


Dia 03 de junho, sexta-feira
14:00h – Inscrições e entrega de material
14:30h-18:00h – Sala 1: Atualização em AVC - para médicos e enfermeiros
 Prevenção Primária e secundária. Dr. Wilson Nadruz, FCM/UNICAMP
Moderador: Dr. Fabrício Lima, Programa de Neurovascular, FCM/UNICAMP
 Fase aguda. Dra. Sheila Martins, HC e Hospital Moinho de Ventos, Porto Alegre
Moderador: Dr. Wagner Avelar, Programa de Neurovascular, FCM/UNICAMP
14:30h-18:00h – Sala 2: Orientações básicas em AVC - para profissionais da saúde
 Orientações básicas: definição, prevalência, fatores de risco, fase aguda, reabilitação.
Dra. Paula T. Fernandes, Programa de Neurovascular, FCM/UNICAMP
18:00h-19:00h – Intervalo
19:00h – Abertura do Simpósio. Dr. Li Li Min, Departamento de Neurologia – FCM/UNICAMP
19:10h – Fatores prognósticos na fase aguda. Dra. Sheila Martins, HC e Hospital Moinho de Ventos, Porto Alegre
20:00h – Circulação colateral no AVC isquêmico. Dr. Fabrício Lima, Programa de Neurovascular, FCM/UNICAMP
Moderadores: Dr. Wagner Avelar, Programa de Neurovascular, FCM/UNICAMP
Dr. Rodrigo Bazan, UNESP/Botucatu
20:45h – Encerramento do dia. Dr. Li Li Min, Depto de Neurologia - FCM/UNICAMP

Dia 04 de junho, sábado
08:50h – Neuroimagem em AVC. Dr. Augusto Amato, Departamento de Radiologia, FCM/UNICAMP
09:40h – Neurointensivismo e AVC. Dra. Gisele Sampaio, Hospital Israelita Albert Einstein/SP
10:20h – AVC de circulação posterior. Dr. Rodrigo Bazan, UNESP/Botucatu
11:00h – Fibrilação atrial e AVC: o que há de novo? Dr. Alexandre Pieri, São Paulo
Discussão. Moderador: Dr. Li Li Min, Depto de Neurologia - FCM/UNICAMP
12:00h-14:00 – Intervalo para almoço
14:00h – Nutrição e AVC. Profa. Cilene Bicca, FM/USP
14:30h – Atividades de vida diária pós-AVC. Dr. Daniel Cruz, UFSCar
15:00h – Abordagem fisioterapêutica: Treino motor e plasticidade cerebral. Profa. Gianna Cannonieri, USF, Bragança Paulista
15:30h – Wii-terapia. Eveline Polezel, Centro de Reabilitação - Souzas
Discussão. Moderador: Dr. Luiz Carlos Boaventura, CEUNSP/Itu
16:30h-17:00h – Intervalo
17:00h – Estimulação transcraniana. Dra. Adriana Conforto, USP/SP
17:40h – Conferência de encerramento: Declínio Cognitivo associado ao AVC. Dr. Márcio Balthazar, FCM/UNICAMP
18:30h – Encerramento do Simpósio. Dr. Li Li Min, Depto de Neurologia - FCM/UNICAMP

Maiores informações através do site  http://www.lepedic.com.br/eventos/simposioavc2011/index.php

segunda-feira, 9 de maio de 2011

AFASIA

Afasia é a perda da linguagem causada por lesão no sistema nervoso central que, na maior parte das vezes, ocorre do lado esquerdo do cérebro.
Os quadros de afasia são muito variados. Vão desde a dificuldade de articular bem as palavras até a perda total da linguagem oral e da capacidade de traduzir conceitos em palavras e de simbolização.
A afasia não se manifesta apenas na linguagem oral. Pode manifestar-se também na escrita, porque os pacientes perderam a capacidade de simbolizar, de traduzir o comando cerebral para a linguagem escrita. Em alguns casos, são capazes de escrever sob ditado ou de copiar, mas incapazes de ler o que escreveram. Em outros, trocam ou omitem letras, às vezes, as vogais; às vezes, as consoantes.

Tipos

Dentre os principais tipos de afasia podemos citar a afasia de Wernecke e de Broca e a afasia global.
1) Afasia de Wernecke: caracteriza-se pela fala fluente, ou logorréia, que não faz sentido para quem ouve, embora a pessoa acredite estar falando corretamente e mantenha a entonação adequada. É como se uma linha telefônica com defeito distorcesse ou truncasse as palavras interferindo na comunicação. Em geral, paciente com fala logorréica tem dificuldade de compreensão e de expressão, mas consegue articular as palavras e irrita-se quando não se faz entender. É muito comum, também, o afásico de Wernecke articular palavras que existem, mas que juntas não estabelecem nenhum significado lógico. Quando há falha da compreensão, o prognóstico da afasia é sempre pior.
2) Afasia de Broca: a pessoa preserva a compreensão, mas tem dificuldade para falar porque lhe faltam as palavras. Algumas elegem jargões, uma palavra ou um nome qualquer para diferentes situações e acreditam estar comunicando o que querem dizer.
3) Afasia global: perda total da capacidade de falar, compreender, ler e escrever.

Causas

Acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranianos e encefálicos, tumores cerebrais, infecções e processos degenerativos.

Diagnóstico
O diagnóstico da afasia pressupõe avaliar a capacidade de compreensão e de expressão do paciente. É sempre importante começar pela avaliação sensorial, uma vez que a deficiência auditiva pode interferir no processo de comunicação. Nos casos de hemiplegia provocada por acidentes vasculares cerebrais, é preciso ter certeza de que apenas um lado está comprometido, antes de pedir que a pessoa movimente o outro braço para mostrar que entende o que lhe é pedido.

Tratamento
O tratamento da afasia é feito pela estimulação da linguagem e é planejado especificamente para cada caso. Conhecendo as condições exatas em que se encontra o paciente, o terapeuta irá construir pontes entre as habilidades que permaneceram e as que foram perdidas, valendo-se da plasticidade do sistema nervoso central. A plasticidade neuronal permite estabelecer novas ligações entre os neurônios.
No tratamento da afasia, a estimulação controlada, auditiva e visual, tem por objetivo ajudar a pessoa a construir cadeias para ultrapassar os déficits provocados pela lesão, de modo a tornar as palavras novamente disponíveis.

Recomendações
* É sempre possível melhorar a afasia, embora o nível dos resultados possa depender de alguns fatores como extensão da lesão, motivação e idade do doente e de suas condições gerais de saúde.
* O portador de afasia deve ser estimulado para fazer um tratamento que o ajude a reabilitar as capacidades comprometidas, sejam elas de fala, escrita ou compreensão.

PARACETAMOL PODE SER NOVO TRATAMENTO PARA AVC

Pesquisa publicada na revista Lancet Neurology sugeriu que administrar uma elevada dose de paracetamol a pacientes com acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) e alta temperatura corporal aumenta as chances de recuperação.
Uma temperatura corporal acima de 37 graus Celsius imediatamente após o derrame é reconhecidamente uma causa de piora no prognóstico, uma vez que cada grau a mais duplica a possibilidade de uma má recuperação.Cerca de um terço dos pacientes com AVC apresenta temperaturas acima de 37,5 graus.
Uma dose diária de 6 gramas de paracetamol reduz a temperatura corpórea em 0,3 graus.
A descoberta sugere que o analgésico deve ser considerado como uma terapia barata e popular contra o derrame.
Apesar disto, é importante frisar, que o AVC deve ser diagnosticado por um médico, e que, uma pessoa leiga pode contribuir para isto, identificando alguns sintomas que podem ser originados de um derrame cerebral (Confira os sinais e sintomas de um AVC).
Os pesquisadores destacaram que os resultados precisam ser confirmados por um estudo mais amplo. Mas afirmaram que o paracetamol pode representar um tratamento simples, seguro e econômico contra o AVC.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A ANATOMIA DE UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL


Quando analisamos o quanto se evoluiu nos últimos vinte anos apercebemo-nos do gigantesco passo que se deu rumo ao futuro. Em nenhum outro período da história estivemos tão ligados e dispusemos de tão boas condições para fazer ciência, ultrapassar limites e atrevermo-nos a realizar o impossível. Não consigo imaginar o que será o futuro daqui a uma década. Nesta linha de raciocínio, sempre fui fascinado por medicina, no fundo por ser um hipocondríaco e por me sentir maravilhado pela mais complexa máquina jamais inventada, o corpo humano.
Fiquei absolutamente fascinado com esta apresentação da Doutora Jill Bolte Taylor sobre a sua experiência, vivida na primeira pessoa, quando se apercebeu do desenrolar de um AVC (Trombose cerebral, acidente vascular, derrame). Na verdade Jill teve a oportunidade que poucos cientistas possuem. Deter o conhecimento profundo sobre uma determinada área e poder experimentar na primeira pessoa as consequências de um episódio deste género, sobrevivendo para poder contar a história.
O interesse de Jill Taylor pelo estudo do cérebro humano despertou muito cedo, quando o seu irmão desenvolveu um estado de esquizofrenia. O fato da realidade gerada por esse estado patológico motivou-a a enveredar pelo estudo do cérebro e a perceber os mecanismos que estão na génese de algumas doenças. Quais a diferenças biológicas entre os cérebros de indivíduos normais versus aqueles que desenvolvem alguma patologia? De que forma se dão as mediaçoes químicas com causa efeito na nossa própria consciência? Entre muitas outras, estas eram algumas das respostas que procurava enquanto cientista.
Na sequência da sua carreira, em 1996, Jill teve um grave AVC e pôde experimentar e sentir na sua própria pessoa a alteração mental provocada por esta ocorrência. Desde a percepção de que algo estava errado, até a perda de funções básicas como caminhar, falar, ler ou escrever. Jill percebeu como se tornou, por algum tempo, uma criança dentro do corpo de uma mulher, perdendo todas as capacidades de se lembrar como tinha sido toda a sua vida.
O AVC deu-se na metade esquerda do seu cérebro, responsável por todo o comportamento lógico, racionalidade e análise dos detalhes de tudo o que nos rodeia. Quando essa metade deixa de funcionar, ficamos somente com o sensorial, com as emoções e a percepção dos estímulos que nos chegam de todos os lados... odor, som, luz, temperatura, mas sem a capacidade de processar toda essa informação de uma forma lógica e útil. À medida que a gravidade da hemorragia aumentava, a metade esquerda estava intermitente, tornando as tarefas mais simples -como por exemplo pedir ajuda - um verdadeiro desafio. Passaram-se 45 minutos até Jill conseguir chegar ao telefone e marcar um simples número, para depois concluir que quando tentou falar, tinha perdido todos os conhecimentos linguisticos que possuía - a metade esquerda do cérebro tinha-se desligado definitivamente.
Admiravelmente, apesar da gravidade desta esta experiência, Jill conseguiu lembrar-se de tudo o que sentiu e viveu, permitindo-lhe fazer um relato absolutamente fantástico do episódio.
O que mais me tocou, foi o fato dela relatar tudo na primeira pessoa com uma tremenda emoção, sendo notório que a sua capacidade analitica como cientista foi definitivamente marcada por algo tremendamente importante, mas que tantas vezes nos esquecemos... o humanismo e a nossa necessidade de sermos mais do que meros individuos. É uma historia tremendamente poderosa sobre como o nosso cérebro nos define e nos liga ao mundo e às pessoas que nos rodeiam.

Autor: Benjamin Júnior

Assim como Jill, minha mãe sofreu um AVC hemorrágico, atingindo toda área esquerda do cérebro.

JILL TAYLOR

quarta-feira, 16 de março de 2011

Óleo de planta ajuda a recuperar movimentos de vítimas de AVC

O óleo essencial da Alpinia speciosa Schum, planta regional do Nordeste conhecida como 'Bastão do Imperador' e muito utilizada na fabricação de colônias para o candomblé, tem ação relaxante que ajuda na recuperação pacientes com o sistema nervoso lesionado por doença vascular encefálica, lesões de medula, paralisia cerebral, traumatismo crânio-encefálico, esclerose múltipla, entre outras enfermidades que atingem a via nervosa.
A descoberta, feita em Sergipe pela fisioterapeuta Edna Aragão Farias Cândido durante a conclusão do doutorado pela Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), já gerou patentes nacional e internacional.
Edna Aragão, que desenvolveu pesquisas no Centro de Fisioterapia da Universidade Tiradentes, em Aracaju (SE), avaliou quase mil grupos musculares e acompanhou 75 pacientes. Todos recobraram os movimentos. O caso mais significativo é o do lutador de jiu-jitsu sergipano João Alberto Alves, 31 anos.
Em 2007, Alves sofreu um acidente vascular encefálico após cirurgia para retirada da glândula tireoide. "Eu era independente e, de uma hora para outra, me vi precisando de ajuda para fazer tudo. Foi muito difícil", afirma o lutador que sequer levantava da cama, mas hoje usa o andador com facilidade e faz exercícios físicos.
Em uma situação patológica, por falta de controle do sistema nervoso central, os impulsos nervosos vindos da medula para o músculo ficam acentuados, causando espasticidade (espasmos) e, ao mesmo tempo, paralisia muscular. Em sua tese, a pesquisadora mostrou que o óleo atua nos canais de cálcio, responsáveis pela contração muscular. O excesso de cálcio promove a tensão do músculo. Sua normalização permite que o músculo contraia e relaxe normalmente, o que gera energia para novos movimentos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

AVC: FALTA DE TERAPEUTAS DA FALA ATRASA RECUPERAÇÃO DE DOENTES

A falta de terapeutas da fala nos hospitais públicos atrasa o início dos tratamentos de muitas vítimas de AVC, que só começam as sessões quando terminam o internamento hospitalar e recorrem ao privado, falhando assim um “tempo primordial para o sucesso terapêutico”. A maioria dos hospitais não tem o número de profissionais necessários para responder às necessidades de quem mais precisa. Temos muito poucos terapeutas da fala a trabalhar no SUS. Há vários hospitais que não têm nenhum e outros que têm um terapeuta apenas numa unidade. A intervenção atempada dos terapeutas da fala faz a diferença nos resultados dos tratamentos de vítimas de AVC. De acordo com Catarina Olim, “um doente que sofra um AVC deve começar a intervenção de imediato”, sendo que “o primeiro mês é essencial”.

HERPES ZÓSTER AUMENTA RISCO DE AVC

Infecção conhecida por zona Investigadores consideram que AVC pode resultar das lesões nos vasos sanguíneos provocadas pelo vírus herpes zóster.

Os adultos com herpes zóster, uma infecção popularmente conhecida por zona, parecem ter um risco mais elevado de acidente vascular cerebral, sobretudo quando a infecção afeta a área à volta dos olhos, afirmam investigadores num artigo publicado no Stroke. O vírus que provoca a zona é o mesmo que causa o aparecimento da varicela. Os investigadores analisaram dados referentes a mais de 7,700 adultos, submetidos a tratamento para o herpes zóster entre 1997 e 2001, e verificaram que, no ano após o tratamento, 133 deles (1,7%) sofreram um AVC. A incidência no grupo de controlo foi de 1,3%. Os autores concluíram ainda que a incidência de AVC foi substancialmente mais elevada nos indivíduos com infecção à volta dos olhos (quase 4,3% mais alta do que no grupo de contolo). Os autores consideram que o AVC pode resultar das lesões nos vasos sanguíneos provocadas pelo vírus herpes zóster.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

NOVA FERRAMENTA AJUDA VÍTIMAS DO AVC

Neurologistas da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp estão obtendo resultados promissores com o uso de medicação trombolítica no tratamento de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral. Em dois casos atendidos pela equipe do Departamento de Neurologia, os pacientes, que tiveram AVC isquêmico [causado por obstrução do vaso], apresentaram completa recuperação. Isso só foi possível, conforme os médicos, porque ambos tiveram o problema identificado imediatamente por parentes e amigos e foram socorridos num período inferior a três horas. "Se as pessoas aprenderem a reconhecer os sintomas do AVC e souberem que ele tem como ser tratado, muitas vidas poderão ser salvas", afirma o professor Li Li Min, coordenador do grupo.

Identificação de sintomas e atendimento imediato são fundamentais


Além dos recursos técnicos e materiais alocados pela medicina, a informação também constitui um importante fator para sucesso do tratamento, conforme o professor Li Li Min. Segundo ele, quando está devidamente orientada, a população tem condições de identificar corretamente certas doenças e, conseqüentemente, prestar socorro imediato e eficaz ao paciente. No que toca ao AVC, tal premissa é especialmente importante. Quanto mais demorado for o atendimento, maiores as chances de a vítima apresentar seqüelas irreversíveis ou mesmo morrer. Para exemplificar o grau de desconhecimento das pessoas em relação ao acidente vascular cerebral, o pesquisador faz uso de uma comparação.
De acordo com ele, quando alguém sofre um mal súbito e acusa fortes dores no peito, a associação com o infarto do miocárdio é quase imediata, o que normalmente proporciona um atendimento rápido à vítima. Entretanto, quando uma pessoa também passa mal, mas tem um quadro constituído por dificuldade para falar, perda de movimento dos membros de um lado do corpo e alterações na visão, a relação com o AVC não é tão automática assim. Há quem pense, inclusive, que se trata de sintomas relacionados à depressão. "Isso faz com que o socorro seja protelado, o que reduz o sucesso do tratamento", adverte o professor Li Li Min. Além disso, prossegue o neurologista, a literatura aponta que uma fatia importante da população (90%) e até mesmo da classe médica (50%) desconhece a existência de terapêutica para o problema.


Ainda é comum entre as pessoas imaginar que não há o que fazer quando alguém é vítima de AVC e que as únicas abordagens possíveis são as proporcionadas pela fisioterapia e fonoaudiologia, especialidades que cuidam da reabilitação dos pacientes que conservam dificuldades motoras ou de fala após o derrame cerebral. "O AVC pode, sim, ser tratado. No caso dos acidentes isquêmicos, que correspondem a 80% dos episódios, o uso de medicação trombolítica vem proporcionando bons resultados em diversos países, que têm alcançado índices de sucesso em torno de 30%. Aqui, no Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp, nós usamos o medicamento em dois pacientes, sendo que ambos receberam alta em uma semana e não apresentaram qualquer seqüela", relata o neurologista Leonardo de Deus Silva, membro da equipe coordenada pelo professor Li Li Min.

MEDICAÇÃO TROMBOLÍTICA

Medicação 

A droga trombolítica, explica o especialista, pode ser aplicada pela via endovenosa (injeção na veia) ou diretamente no local onde o vaso sanguíneo encontra-se entupido, por meio de um cateter. A função do medicamento é dissolver o coágulo (trombo) e fazer com que a região atingida seja novamente irrigada. Silva adverte, porém, que o tratamento deve ser aplicado, preferencialmente, nas três primeiras horas e somente nos casos de AVC isquêmico. "Esse período pode ser estendido para até seis horas, mas é importante deixar claro que a possibilidade de sucesso do tratamento está diretamente relacionada com a rapidez do atendimento".


De acordo com outro membro da equipe, o também neurologista Wagner Mauad Avelar, o socorro tem de ser rápido justamente para evitar que a área do cérebro atingida pelo AVC permaneça muito tempo sem ser irrigada. Quando isso acontece, o tecido fica necrosado, o que impede a sua recuperação. "Ou seja, time is brain [tempo é cérebro]", afirma. O médico assinala que o uso de medicação trombolítica pode eventualmente causar efeitos adversos. A maior preocupação é com a ocorrência de hemorragia. Exatamente por isso, os neurologistas seguem um protocolo rigoroso de atendimento. Antes de ser submetido à terapêutica, o paciente passa por uma série de avaliações e exames, entre eles a tomografia computadorizada. "Um estudo internacional indicou que de 312 pacientes submetidos a esse tipo de tratamento, apenas 5,6% apresentaram hemorragia sintomática. Nesses casos, há a necessidade de uma intervenção cirúrgica para o tratamento dessas complicações", esclarece.

Sucesso

O índice de sucesso do tratamento do AVC à base de medicação trombolítica, afirmam os especialistas, é muito significativo, principalmente se consideradas as vantagens que a abordagem traz aos pacientes e ao sistema público de saúde. De acordo com o neurologista Wagner Avelar, nos Estados Unidos estudos apontam que cada vítima de acidente vascular cerebral acarreta ao país um custo mensal que varia de US$ 18 mil a US$ 31 mil. "Isso sem falar no custo social, visto que muitas vítimas de AVC acabam se aposentando por invalidez em um período ainda ativo da suas vida, o que sobrecarrega a previdência social", pondera.


Estudo desenvolvido a partir da análise de atestados de óbitos pela fisioterapeuta Priscila Porto, que também integra a equipe da FCM, aponta que em Campinas ocorre, a cada período de quatro anos, uma morte causada por AVC por 100 domicílios. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade conta com 290 mil residências. Estima-se que no Brasil a taxa de mortalidade provocada pelos derrames cerebrais seja da ordem de 56 pessoas para cada grupo de 100 mil habitantes. Calcula-se, ainda, que o AVC seja responsável por algo em torno de 8% das internações e por cerca de 19% dos custos dos hospitais públicos brasileiros.

Vítimas têm mais de 45 anos

O acidente vascular cerebral (AVC) é mais freqüente entre homens e mulheres com idade acima de 45 anos, embora também possa acometer pessoas mais jovens. O popular derrame cerebral é caracterizado pela interrupção do fluxo sangüíneo numa determinada área do cérebro, causada pelo entupimento (tipo isquêmico) ou rompimento (tipo hemorrágico) de um vaso. Algumas doenças podem concorrer para o surgimento do problema, como a hipertensão arterial, diabetes e cardiopatias. De acordo com o neurologista Li Li Min, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, os sintomas mais comuns do AVC são: dificuldade para falar, perda de força dos membros, boca torta e alterações na visão. Estes podem se manifestar de forma isolada ou combinada.


O especialista afirma que a rápida identificação do problema facilita o tratamento e pode significar a plena recuperação do paciente. O ideal é que a pessoa seja socorrida imediatamente e levada a um hospital terciário, ou seja, preparado para procedimentos de alta complexidade. Se o atendimento for feito preferencialmente em até três horas, crescem as chances da administração da medicação trombolítica. De acordo com dados do estudo desenvolvido pela pesquisadora Priscila Porto, as doenças do aparelho circulatório constituem a principal causa de morte em Campinas. Dentre elas, o AVC responde por um terço dos óbitos deste grupo. No Brasil, o derrame cerebral ocupa o topo no ranking das doenças que mais matam, além de ser o primeiro fator gerador de incapacidade motora.

Além da população, a classe médica também precisa ser mais bem informada sobre os riscos e possibilidades de tratamento do AVC, na opinião do professor Li Li Min. De acordo com ele, algumas instituições, notadamente a Unicamp, estão empreendendo esforços nesse sentido. Um exemplo é o "I Simpósio Neurovascular da Unicamp".

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CORRERIA!

Bom dia pessoal!

Dei uma sumida não é mesmo??!!!!

Mas é por uma boa causa, estou terminando meu projeto sobre AVC, para apresentá-lo a todos que possam nos ajudar.

Precisamos mobilizar o máximo de pessoas! E quero que todos saibam o grande perigo que existe chamado Acidente Vascular Cerebral.

Logo, logo, estarei postando para todos vocês, e quero opinião sobre este projeto!

Vamos iniciar nossa luta, junto ao pode público principalmente, para ajudarmos o maior número de pessoas possíveis!!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

MAIORIA DOS BRASILEIROS DESCONHECE SINTOMAS DO AVC - ALERTAM ESPECIALISTAS

A cada 5 minutos, um brasileiro morre por causa de um acidente vascular cerebral (AVC), segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), com base em informações do Ministério da Saúde. São quase 100 mil mortes por ano no País. Especialistas alertam que a maioria das pessoas desconhece os sintomas da doença e não procura um médico.

Em geral, o AVC, popularmente chamado de derrame, é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, que impede o sangue de chegar a outras áreas do cérebro. "As pessoas esperam se vão melhorar e não procuram o serviço de emergência", afirma a integrante do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da ABN, Sheila Martins.

Os sintomas do AVC são fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, enxergar ou entender os outros, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.
Para o neurologista e coordenador do levantamento, Octávio Marques Pontes, o brasileiro não encara o AVC como uma doença que precisa de atendimento médico imediato, porque acha que não existe tratamento. "A doença está presente na vida das pessoas, mas a maioria vê como 'sem tratamento'", disse.
Pontes informou que, desde 2001, está disponível na rede pública e privada o tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de remédios para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo, considerado o método mais eficaz.

A recomendação é de que o paciente inicie o tratamento cinco horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta em 30% as chances de sobrevivência, de acordo com o neurologista. Um levantamento da Associção Internacional de AVC constatou que 15% dos pacientes que tiveram um derrame podem morrer ou sofrer um novo acidente no prazo de um ano.
Os especialistas alertam também que é possível prevenir o AVC, desde que sejam adotados cuidados no decorrer da vida - como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação saudável, evitar fumar e beber, e monitorar as taxas de pressão e colesterol. A doença incide na população com mais de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até em recém-nascidos.

Além da prevenção, os médicos apontam a necessidade de ampliar a rede com tratamento específico. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem atendimento adequado, contra 35 em 2008, de acordo com a neurologista Sheila Martins. "Temos ainda muito a fazer", diz.

Em um ranking nacional feito por Sheila, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC do País: 75 a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil, seguido por Piauí, Pernambuco e Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007.

A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo tenha um acidente vascular cerebral durante a vida.

AVC,INFARTO E DIABETES SÃO AS MAIORES CAUSAS DE MORTE NO BRASIL

O Ministério da Saúde divulgou os novos indicadores da saúde com base em resultados da pesquisa anual Saúde Brasil. Há dados que preocupam: segundo o ministério, 16% da população está obesa e 40%, acima do peso. Diante desse cenário, o número de mortes por diabetes aumentou. A doença já é a terceira maior causa de mortes no Brasil. Só perde para o Acidente Vascular Cerebral e o infarto.