Os sintomas do AVC são fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, enxergar ou entender os outros, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.
Para o neurologista e coordenador do levantamento, Octávio Marques Pontes, o brasileiro não encara o AVC como uma doença que precisa de atendimento médico imediato, porque acha que não existe tratamento. "A doença está presente na vida das pessoas, mas a maioria vê como 'sem tratamento'", disse.
Pontes informou que, desde 2001, está disponível na rede pública e privada o tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de remédios para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo, considerado o método mais eficaz.
A recomendação é de que o paciente inicie o tratamento cinco horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta em 30% as chances de sobrevivência, de acordo com o neurologista. Um levantamento da Associção Internacional de AVC constatou que 15% dos pacientes que tiveram um derrame podem morrer ou sofrer um novo acidente no prazo de um ano.
Os especialistas alertam também que é possível prevenir o AVC, desde que sejam adotados cuidados no decorrer da vida - como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação saudável, evitar fumar e beber, e monitorar as taxas de pressão e colesterol. A doença incide na população com mais de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até em recém-nascidos.
Além da prevenção, os médicos apontam a necessidade de ampliar a rede com tratamento específico. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem atendimento adequado, contra 35 em 2008, de acordo com a neurologista Sheila Martins. "Temos ainda muito a fazer", diz.
Em um ranking nacional feito por Sheila, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC do País: 75 a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil, seguido por Piauí, Pernambuco e Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007.
A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo tenha um acidente vascular cerebral durante a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário