A psiquiatra, de 31 anos, natural de Viseu, está investigando no Mount Sinai School of Medicine, em Nova Iorque, e desenvolveu um estudo neuropatológico sobre a ocorrência de depressão em idades avançadas e pós-enfartes e constatou que, no último caso a depressão tem um componente “muito biológico”.
“Os fatores de risco crónico a nível vascular, que não são visíveis em técnicas de ressonância, têm impacto no risco de depressão”, explicou ao “Ciência Hoje”, acrescentando que este transtorno é diferente do típico e caracteriza-se “pela apatia e dificuldades de motivação e de concentração”.
Trata-se de lacunas subcorticais que ocorrem em três zonas do cérebro e dão origem a “enfartes muito pequenos”. “Vimos que os casos de AVC que desenvolvem depressão têm uma relação com este tipo de lacunas, o que não foi verificado nos casos de depressão de início tardio”, assegurou a médica.
Este trabalho, iniciado na Universidade de Genebra (Suiça), onde Micaela Santos fez uma especialização em psiquiatria antes de partir para os Estados unidos, foi distinguido com o segundo Prémio de pesquisa do envelhecimento Vontobel 2010, considerado um dos mais conceituados galardões nesta área de investigação médica.
Haverá um neurónio da intuição?
Trata-se de lacunas subcorticais que ocorrem em três zonas do cérebro e dão origem a “enfartes muito pequenos”. “Vimos que os casos de AVC que desenvolvem depressão têm uma relação com este tipo de lacunas, o que não foi verificado nos casos de depressão de início tardio”, assegurou a médica.
Este trabalho, iniciado na Universidade de Genebra (Suiça), onde Micaela Santos fez uma especialização em psiquiatria antes de partir para os Estados unidos, foi distinguido com o segundo Prémio de pesquisa do envelhecimento Vontobel 2010, considerado um dos mais conceituados galardões nesta área de investigação médica.
Haverá um neurónio da intuição?
Micaela Santos
A viseense Micaela Santos descobriu o gosto pela psiquiatria no quarto ano da licenciatura em medicina (na Universidade do Porto). A investigadora explicou ao “Ciência Hoje” esta sua escolha dizendo que o que mais a atrai em psiquiatria é o fato de ser “uma área integrativa que permite tomar a pessoa como um todo”.
Depois de se aconselhar com especialistas de renome como Sobrinho Simões ou Mota Cardoso, decidiu cumprir um sonho antigo de sair de Portugal e estudar no estrangeiro.A escolha foi a Suiça, por já ter um historial de êxito nesta área médica e por permitir a especialização simultânea em psiquiatria e psicoterapia, algo único em todo o mundo.
Está há um ano em Nova Iorque, onde pretende terminar os estudos que agora desenvolve. Depois disso, poderá voltar para Genebra e por lá ficar pelo menos três anos, partilhando o seu tempo entre o trabalho clínico e a investigação. Voltar para Portugal não é uma carta fora do baralho, mas tudo dependerá das oportunidades que surgirem.
Depois de se aconselhar com especialistas de renome como Sobrinho Simões ou Mota Cardoso, decidiu cumprir um sonho antigo de sair de Portugal e estudar no estrangeiro.A escolha foi a Suiça, por já ter um historial de êxito nesta área médica e por permitir a especialização simultânea em psiquiatria e psicoterapia, algo único em todo o mundo.
Está há um ano em Nova Iorque, onde pretende terminar os estudos que agora desenvolve. Depois disso, poderá voltar para Genebra e por lá ficar pelo menos três anos, partilhando o seu tempo entre o trabalho clínico e a investigação. Voltar para Portugal não é uma carta fora do baralho, mas tudo dependerá das oportunidades que surgirem.
“Estamos a estudar um neurónio diferente de todos os outros [neurónio do Von Economo] e que pensamos estar relacionado com a intuição”, avançou a especialista viseense, alertando que se trata de uma “especulação” e que ainda não foram realizados testes suficientes para comprová-lo.
Segundo a psiquiatra, este neurónio, que se encontra na parte mais interior do cérebro, poderá ser responsável pela perda de capacidades sociais que resulta da demência fronto-temporal. “As pessoas perdem a inibição e têm comportamentos de agressão e auto-estimulação, pelo que não conseguem perceber o que é ou não adequado”, explicou.
Nesta investigação, Micaela Santos estudou crianças autistas, que têm um aumento deste tipo de neurónios e sugeriu que, nestes casos, estas células “podem não estar a funcionar bem”. Além disso, numa “interpretação especulativa”, a investigadora adiantou que “estas crianças têm uma sensibilidade extrema, pelo que criam um escudo às interacções sociais”.
Outro distúrbio em que estes neurónios, hipoteticamente, intervêm, é a disautonomia familiar. Com uma grande prevalência na comunidade de judeus Ashkenazi, esta doença afeta o sistema nervoso autónomo (SNA) e a sensibilidade periférica. Quando portadores deste distúrbio têm emoções fortes, dá-se uma “tempestade” no SNA, o que se revela em vômitos, na ausência de resposta a estímulos de dor, entre vários sintomas.
A equipa de Micaela Santos também suspeita de que haja diferenças entre os neurónios do Von Economo que se encontram no córtex singular anterior e os do córtex fronto-insular, pois foram encontradas divergências “na forma e no número” destas células em ambos os locais
Nenhum comentário:
Postar um comentário